sábado, 19 de outubro de 2019

O TESTE DE OBEDIÊNCIA (Cap. 2:3-5)


O TESTE DE OBEDIÊNCIA (Cap. 2:3-5)

João prossegue para examinar outra confirmação de profissão. Ele diz: “E nisto sabemos que O conhecemos: se guardarmos os Seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-O e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a Sua Palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos n’Ele”. O teste aqui é obediência. Esta é uma das maiores provas da realidade da profissão de uma pessoa. João menciona duas coisas a esse respeito: 
  • Guardando Seus “mandamentos” (v. 3).
  • Guardando Sua “Palavra” (v. 5). 

Os “mandamentos” do Senhor são as instruções especiais que Ele deu a Seus discípulos em Seu ministério terreno. João se refere a eles várias vezes em seus escritos (Jo 13:34, 14:15, 15:10-12; 1 Jo 2:3-4, 7-8, 3:22-23, 4:21, 5:2-3; 2 Jo 4-6). Como mencionado na Introdução, o tema no ministério de João é a vida eterna na família de Deus. Ele supõe que condições felizes de afeto existam na comunhão do Pai e o Filho com os filhos de Deus, e quando o menor desejo ou anseio é dado a conhecer aos filhos, tem o poder de um comando sobre seus corações. Torna-se algo para eles que devem fazer para aqu’Ele a Quem eles amam tanto (cap. 4:19). Por isso, essas coisas são apropriadamente chamadas de “mandamentos”. (Veja 2 Samuel 23:15-17).
Esses mandamentos não devem ser confundidos com os Dez Mandamentos que Deus deu a Israel por intermédio de Moisés (Êx 20). Alguns têm entendido mal isso e imaginaram que o Senhor estava ensinando que os Cristãos estão sob a lei e, portanto, devem observar suas determinações. 1 Coríntios 14:37 mostra que os mandamentos do Senhor não são os Mandamentos da lei dados no Sinai. Nesse capítulo, Paulo instrui os santos quanto à ordem de Deus para o ministério Cristão na assembleia, e conclui chamando essas coisas de “mandamentos do Senhor”. Isso mostra que não devemos pensar que toda vez que vemos a palavra “mandamentos” na Escritura, refere-se automaticamente aos Dez Mandamentos; as instruções que Paulo deu em 1 Coríntios 14 não têm nada a ver com os Mandamentos legais que Deus deu no Sinai. Geralmente, quando os Mandamentos mosaicos são mencionados nas epístolas, eles são chamados de “a lei” (Rm 3:19-20, 13:8-9; 1 Tm 1:9; Tg 2:10, etc.)
Seus mandamentos não são “pesados” para aqueles que O amam (1 Jo 5:3) porque Seu “jugo é suave” e Seu “fardo é leve” (Mt 11:29). Assim, no Cristianismo, as coisas que Ele nos pediu para fazer não são penosas, como foi a Lei de Moisés (Mt 11:28; At 15:10).
Guardar “Sua Palavra” é algo maior do que guardar Seus mandamentos. Tem a ver com conhecer a mente e a vontade de Deus quando não há nenhum versículo bíblico específico que aborde nosso motivo de preocupação. Tais coisas são discernidas permanecendo n’Ele – isto é, estando em comunhão com o Senhor (Jo 15:4, 7). Em tais situações, “o amor de Deus” é “aperfeiçoado” em nós. O gozo do Seu amor por estar em comunhão com Ele nos levou a discernir Sua mente e, nesse sentido, o amor de Deus alcançou seu fim divino em nós. Por isso, como crentes, nós não apenas “O conhecemos” por fé (v. 3), mas também “sabemos que estamos n’Ele” por meio da experiência pessoal da comunhão (v. 5). Nossa obediência prova a realidade do nosso relacionamento com Ele e mostra que realmente o conhecemos.
Por outro lado, se alguém disser que conhece a Deus, mas não guarda Seus mandamentos (e muito menos a Sua Palavra), fica claro que o amor e a obediência de que João está falando não estão nele. A pessoa manifestou sua condição real; ela não tem conhecimento real de Deus e mostra ser alguém “mentiroso, e a verdade não está nele” (v. 4).

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