sábado, 19 de outubro de 2019

Pregamos Propiciação ao Mundo, Não Substituição


 Pregamos Propiciação ao Mundo, Não Substituição
João acrescenta: “não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo [mas também para o mundo inteiro – JND]. Isso mostra que a propiciação é muito ampla em sua aplicação. Ela foi feita para o mundo todo e, por causa disso, cada pessoa no mundo pode ser salva se vier a Cristo com fé. A KJV acrescenta em itálico: “Para ‘os pecados do mundo todo”[1]. O uso de itálico na versão King James indica que a palavra “pecado” não está no texto grego, mas foi adicionada pelos tradutores por acharem que daria clareza ao texto. No entanto, quase sempre, essas adições mudam o significado da passagem. Isso é o que aconteceu aqui. A verdade é que a propiciação foi feita para o mundo inteiro, mas Cristo não levou os pecados de todos no mundo. A escritura afirma que Ele levou o juízo dos pecados de “muitos” – que se refere aos crentes (Is 53:12; Mt 20:28, 26:28; Hb 9:28) – mas não de todos os homens. É verdade que Cristo “morreu por todos”; isso é propiciação (2 Co 5:15; 1 Tm 2:6), mas Ele só suportou os pecados dos muitos que viriam a crer. Assim, o que Cristo realizou na cruz é “para todos”, mas apenas “sobre todos” os que creem (Rm 3:22). A gravidade desse erro, embora na maioria dos casos não seja intencional, é que apresenta Deus como sendo injusto. Se Cristo levou o juízo dos pecados de todos do mundo, então Deus seria injusto em permitir que alguém seja lançado no inferno. Eles pagariam pelos pecados que já foram pagos por Cristo!
Assim, pregamos a propiciação ao mundo no evangelho. Dizemos aos perdidos que as santas reivindicações de Deus foram atendidas pela obra expiatória de Cristo na cruz e que Deus não apenas está satisfeito, mas também que foi glorificado por isso. E, se eles vierem a Cristo com fé, eles podem ser salvos. Por outro lado, ensinamos a substituição para aqueles que creem. Dizemos a eles que Cristo levou o justo juízo de seus pecados e, portanto, Deus (sendo o Deus justo que Ele é) nunca os punirá por seus pecados. Fazê-lo exigiria um pagamento duplo, algo que Deus nunca faria porque seria injusto. Esta preciosa verdade dá ao crente paz e segurança.
Como regra geral nas epístolas, quando a obra de Cristo na cruz está em vista, e os pronomes “nós”, “nos” ou “nosso” são usados, é o lado substitutivo de Sua morte que está sendo apresentado (Is 53:5-6; Rm 4:25, 5:8; 1 Co 15:3; 2 Co 5:21; Gl 1:4; Ef 1:7; 1 Pe 2:24, 3:18; 1 Jo 3:5; Ap 1:5-6, etc.). Infelizmente, muitos pregadores evangélicos, obreiros missionários e professores de escola dominical, etc., têm entendido mal isso, e dizem a seus ouvintes não salvos que Cristo morreu por seus pecados e que Ele levou o juízo por eles. Esse equívoco decorre em grande parte de supor que esses pronomes na Escritura estão se referindo a toda raça humana, o que não estão; eles estão se referindo aos crentes – a companhia Cristã. As epístolas foram escritas para os Cristãos, não para as pessoas perdidas deste mundo. Ficaríamos muito contentes se os homens deste mundo as lessem; muitos foram salvos ao fazer isso, mas elas não foram escritas para eles.


[1] N. do T.: Em todas as versões em português aparece a palavra “pelos”, referindo-se ‘aos pecados do mundo’, a mesma incorreção que a versão King James apresenta.

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