domingo, 20 de outubro de 2019

Ousadia na Oração


Ousadia na Oração

Cap. 5:14-17 – João introduz outra prova da bem-aventurança da vida eterna. Ter comunhão íntima com o Pai e o Filho, por meio dessa vida, resulta em conhecer a mente e a vontade de Deus. Isso produz confiança nossa em Deus que se traduz em uma ousada vida de oração que recebe as coisas pelas quais pede. João diz: “Esta é a confiança [ousadia – JND] que temos para com Ele, que se Lhe pedirmos alguma coisa conforme a Sua vontade, Ele nos ouve. Se sabemos que Ele nos ouve em tudo quanto pedirmos, sabemos que temos as coisas que a Ele temos pedido” (TB). O apóstolo Paulo nos diz que essa ousadia de acesso à presença de Deus é o resultado de ter recebido “o Espírito de adoção”. Isso nos dá liberdade para clamar: “Abba, Pai” (Rm 8:15), que indica intimidade e comunhão inteligente com Deus. Ele também diz que ao entrar na presença de Deus com essa santa ousadia, o Espírito de Deus “testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8:16). É uma prova viva de que somos Seus filhos porque somente aqueles que são Seus filhos podem se aproximar d’Ele com tal liberdade e receber as petições para as quais rogam.
João não está dizendo que todo pedido de oração que fizermos será concedido. É bem possível que um crente venha pedir algo que apenas ministre à sua carne e, claro, tal pedido não será concedido (Tg 4:3). João, portanto, qualifica sua observação dizendo que nossos pedidos de oração devem ser “conforme a Sua vontade”. Ele nos dá o que pedimos somente quando “o Pai” é “glorificado no Filho” naquilo que Ele concede (Jo 14:13-14). João, de acordo com seu estilo abstrato daquilo que é absoluto, não leva em consideração um crente pedindo algo diferente do que seria a vontade de Deus, pois ele vê o crente como vivendo em um estado ideal de alma. Por isso, ele diz: “em tudo quanto pedirmos, sabemos (oida) que temos as coisas que a Ele temos pedido”.
Cap. 5:16 – No tópico da oração, João acrescenta que precisamos ter discernimento quando intercedemos pelos outros. Ele diz: “Se alguém vir pecar seu irmão pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore”. A circunstância que João tem em mente é quando um dos filhos de Deus pecou, e como consequência, Deus o afligiu com doenças, em Seus caminhos disciplinares. Em circunstâncias normais, João diz que devemos orar por sua restauração espiritual e cura física. O amor divino fará isso. No entanto, se a natureza da falha é um curso de coisas que publicamente desonra o nome do Senhor de uma forma marcante, seu pecado pode ser o que João chama de um “pecado para a morte”. Isto é, pode ser que o Senhor vá tirar a pessoa da Terra por meio da morte (Jo 15:2; 1 Co 5:2, 11:30; Tg 5:20; Ec 7:17). Em tais casos, devemos ter discernimento para não orar por sua cura, mas para deixá-la nas mãos do Senhor. Ananias e Safira são um exemplo de crentes que pecaram para morte, exceto que no caso deles não envolvia doenças (At 5:1-11).
Ser tirado da Terra de tal maneira não significa que o crente tenha perdido a sua salvação, mas sim que está sendo chamado para o céu e tirado do seu lugar de testemunho na Terra. O privilégio de representar a Cristo na Terra está sendo tomado dele, porque se comportou muito mal ao levar o nome de Cristo perante o mundo. Como Cristãos, estamos aqui na Terra como “embaixadores de Cristo” (2 Co 5:20). Nossas vidas devem recomendá-Lo ao mundo, mas se nos comportarmos de tal maneira que comprometa seriamente o testemunho do Senhor, poderemos ser chamados para o céu pela morte.
Para ilustrar o ponto aqui, suponha que os filhos de uma família saiam para brincar no jardim depois do jantar, e um deles entra em uma briga com os outros, e uma grande confusão se desenvolve. A mãe chama a criança faltosa e avisa que se ela não se comportar adequadamente, ela terá que entrar. A criança aceita o aviso e volta para brincar com os outros. Não muito tempo depois, uma confusão irrompe novamente, e a mãe chama a mesma criança até a porta e lhe dá outro aviso. Mas depois que volta a brincar novamente, ela está no meio de outra confusão. A mãe o chama de novo, e desta vez ela diz para a criança entrar e vestir o pijama, porque a brincadeira já se encerrou para ela nessa noite.
Tendo falado dos caminhos governamentais de Deus em julgamento com Seus filhos (1 Pe 1:16-17), não devemos pensar que toda enfermidade que os filhos de Deus incorrem é um golpe de julgamento governamental de Deus por causa de pecado em suas vidas. Lázaro é um exemplo; sua enfermidade era para a glória de Deus, não porque ele estivesse vivendo negligentemente de maneira pecaminosa (Jo 11:4). João também admite a possibilidade da mão de Deus em disciplina não chegar até a morte, afirmando: “Toda iniquidade é pecado, e há pecado que não é para morte” (v. 17). Ou seja, toda injustiça é pecado e carrega suas consequências governamentais, mas essas consequências podem nem sempre ser até a morte.

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