Os Males que Marcaram Diótrefes
- Importância própria; ele amou ter a preeminência.
- Ele desprezou a autoridade apostólica ao suprimir uma carta do apóstolo João aos irmãos.
- Ele injustamente acusou João e aqueles que trabalharam com ele com palavras maliciosas.
- Ele se opôs ao testemunho ativo no evangelho recusando-se a ajudar aqueles que haviam saído para trabalhar em palavra e doutrina.
- Ele impediu aqueles que procuravam receber os obreiros itinerantes.
- Ele sozinho excomungou irmãos que se interpuseram em seu caminho.
Podemos nos perguntar
por que João não disse a Gaio para reunir os irmãos e enfrentar o homem e
colocá-lo sob disciplina. Nos dias anteriores, quando as coisas na casa de Deus
estavam mais em ordem, isso teria sido feito, mas as condições eram tais
naquela assembleia que não havia poder moral para fazê-lo. Todos os que se
levantaram contra Diótrefes viram-se excomungados da assembleia – e estando
fora dela, eles não podiam mais ser uma ajuda na assembleia. Assim, ter um confronto
não é a resposta; tais conflitos resultam apenas em mais vítimas. Portanto,
João não diz a Gaio para lutar contra Diótrefes. Lutar contra um homem carnal
pode resultar em elevar nossa carne, e não podemos lidar com a carne por meio da
carne. Isso seria como tentar apagar um incêndio com um balde de gasolina! Nem
João diz a Gaio para sair e encontrar outra assembleia em outra localidade. Tal
ação não manifesta um genuíno amor e cuidado pelo rebanho. O Senhor disse que
um “mercenário” deixará o rebanho quando os tempos ficarem difíceis,
porque ele “não se importa com as ovelhas” (Zc 11:17; Jo 10:12-13 – AIBB).
Deixar a congregação não é a resposta.
João prometeu vir “em
breve” (v. 14 – ARA) para lidar com Diótrefes com um julgamento apostólico,
pois ele, como Paulo (1 Co 4:21; 2 Co 1:23), tinha autoridade apostólica do
Senhor e podia exercitar o julgamento em uma assembleia – se a necessidade o
exigisse. Se João realmente chegou lá ou não, não sabemos; ele era um homem
muito idoso na época, mas com essa promessa em mãos, Gaio e os irmãos
esperariam a vinda de João. A lição que devemos tirar disso é que, quando as
condições existem onde não há poder moral deixado na assembleia para lidar com
pessoas como Diótrefes, devemos nos entregar ao Senhor e esperar que Ele
intervenha. Não podemos, é claro, esperar que um apóstolo venha e resolva as
coisas para nós, porque não há apóstolos na Terra hoje. Mas o Senhor pode vir
providencialmente e lidar com a situação (1 Co 11:30; 2 Tm 4:14; 1 Jo 5:16) – quando
nos humilharmos quanto ao nosso fraco estado que permitiu que, em primeiro
lugar, tais coisas se desenvolvessem. Vemos isso nos discursos do Senhor para
as sete igrejas. Quando o anjo da igreja (os líderes responsáveis) em Tiatira
não tratou ou não podia tratar com Jezabel, o Senhor (sendo Filho sobre a casa
de Deus – Hb 3:6) prometeu intervir e julgá-la e aos seus filhos (Ap 2:22-23).
V. 11 – Assim, Gaio e
os irmãos não deveriam cair em desânimo diante das más ações de Diótrefes, mas
esperar que o Senhor interviesse, seja pela vinda de João ou pelo tratamento
direto do Senhor com ele. Enquanto isso, eles deveriam vencer “o mal com o
bem” (Rm 12:21). João diz: “Amado, não sigas [imites – JND] o
mal, mas o bem”. No contexto da situação enfrentada por Gaio e os
irmãos, encontrar Diótrefes nos mesmos princípios sobre os quais ele agia seria
seguir o mal. Toda essa ação não teria a bênção do Senhor. João desejou que os
santos continuassem com suas boas obras, mesmo que isso fosse muito para o
desgosto de Diótrefes.
No típico estilo
abstrato de João, ele resume as coisas em absolutos – isto é, o que caracteriza
aqueles que são verdadeiros e aqueles que são falsos. Ele diz: “Quem faz bem
é de Deus; mas quem faz mal não tem visto a Deus”.