O Caráter do Ministério dos Ministros Apóstatas
Vs. 12-13 – Não estamos
dizendo que todo homem ou mulher que faz parte do clero é apóstata, pois a
maioria é de verdadeiros crentes. No entanto, muitos estão sem vida. Judas
aponta cinco semelhanças na natureza para descrever o caráter desses
falsos ministros e seu ministério:
Em primeiro
lugar, ele diz: “Estes são manchas [rochas submersas – ARA] em vossas festas de caridade,
banqueteando-se convosco e apascentando-se a si mesmos sem temor”.
Uma “mancha” é uma rocha submersa ou um banco de areia logo abaixo da
superfície da água, que, se um veleiro bater nela, pode naufragar. Rochas que
são cartografadas não são difíceis de evitar, mas bancos de areia escondidos
podem ser desastrosos para os marinheiros. Essa primeira metáfora mostra que
esses falsamente chamados ministros – embora ordenados por algum corpo
religioso e tendo algum título de formação em divindade – fizeram com que
muitos entrassem em “naufrágio” espiritual (1 Tm 1:19-20). O fato de Judas
dizer: “banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor”,
mostra que eles ganharam a confiança da massa e são bem-vindos em muitos
círculos.
Em segundo
lugar, eles são como “nuvens sem água, levadas pelos ventos”. Isto é,
prometem chuvas de bênçãos, mas não têm nada para refrescar a alma. Eles são
levados “pelos ventos”, significando que seu ministério tem sido
contaminado pelas falsas doutrinas que estão soprando na Cristandade (Ef 4:14).
Em terceiro
lugar, eles “são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas,
desarraigadas”. Normalmente, o outono é a época em que a fruta é encontrada
nas árvores, mas estas não têm nenhuma. Judas explica por que essas pessoas não
dão frutos; são “duas vezes mortas”. Isso se refere a estar morto em ofensas
e pecados (Ef 2:1, 5) e estar morto por apostasia (Ap 8:9-11). Todas essas
árvores serão “desarraigadas” e lançadas no fogo do juízo de Deus (Mt
15:13).
Em quarto lugar,
são “ondas impetuosas do mar”. Isso fala de sua insubmissão. Estando em
um estado sem lei de alma, eles se recusam a ser controlados pela autoridade da
Palavra de Deus. Pelo seu ensino eles, de fato, estão “espumando as suas próprias
torpezas” (AIBB). É uma
blasfêmia direta, e envolve dar desculpas pelo pecado, ao invés de ensinar a
justiça. Não é que eles sintam sua vergonha, mas, mesmo assim, essas coisas são
uma vergonha para eles (Fp 3:19).
Em quinto lugar,
eles são “estrelas errantes, para os quais está eternamente reservada a negrura das trevas”. As estrelas têm
sido procuradas por marinheiros para fins de navegação por milhares de anos. Elas
falam dos líderes do povo de Deus que são responsáveis por fornecer luz
espiritual e direção aos santos (Ap 1:20). Judas chama esses falsos ministros
de estrelas “errantes”, porque uma estrela que sai de seu lugar apenas
engana aqueles que a buscam para se orientarem. Esses são falsos guias. Sua
falsa luz será em breve extinta na “negrura das trevas” eternamente.