domingo, 20 de outubro de 2019

As Duas Naturezas Contrastadas


As Duas Naturezas Contrastadas
Vs. 7-10 – Por causa da presença do pecado e dos homens pecaminosos neste mundo, João continua exortando os filhos de Deus a ficarem em guarda contra os enganos dos falsos mestres que procuravam oportunidades para se infiltrar entre os santos e desviá-los. Para ajudá-los a identificar esses falsos obreiros, João faz uma breve dissertação sobre as características básicas das duas naturezas – a velha natureza herdada do nascimento natural por meio de nossos pais (Sl 51:5) e a nova natureza comunicada por Deus por meio do novo nascimento (Jo 3:3-8). Ele não vê essas duas naturezas em uma pessoa (ou seja, um crente), mas abstratamente – as quais caracterizam os crentes e os incrédulos.
Ele nos dá um teste simples pelo qual toda pretensão de se ter a natureza divina pode ser testada. Ele diz: “Quem pratica justiça é justo, assim como Ele é justo. Quem comete o pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio” (vs. 7-8). Assim, aqueles que são verdadeiros podem ser distinguidos daqueles que são falsos, olhando para a prática geral de suas vidas, pois aquilo que um homem “pratica” indica seu caráter. O verdadeiro praticará a justiça e o falso mestre praticará o pecado (ilegalidade); por isso, seu verdadeiro caráter será manifestado. Isso mostra que a posse da nova natureza não é provada pela profissão que um homem faz, mas pela maneira como ele age no que diz respeito à prática. Portanto, não devemos ser ingênuos e ser enganados por um comentário casual que uma pessoa possa fazer que soe como se tivesse fé em Cristo. Sua verdadeira identidade será conhecida pelo caráter de sua vida.
Se uma pessoa caracteristicamente pratica o pecado, é claro que ele é “do diabo”. O diabo é caracterizado pela rebelião sem lei contra Deus e praticou o pecado “desde o princípio”. O princípio de que João está falando aqui não poderia ser o começo de Satanás como uma criatura. Se fosse assim, então Deus poderia ser acusado de criar uma criatura maligna, o que não é verdade. Deus não criou Satanás como o diabo; ele se tornou o diabo por meio de rebelião. João está se referindo ao começo (a origem) do pecado no universo moral, que começou com a revolta de Satanás contra Deus (Ez 28:11-19). Alguns pensam que o pecado teve seu início na queda de Adão (Gn 3), porque Romanos 5:12 diz: “por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte”. No entanto, esse versículo não está se referindo ao pecado e à morte que entram na criação primitiva, mas ao pecado e à morte que entram na raça humana (o mundo Adâmico). É um erro pensar que o pecado não existiu até a queda de Adão. Satanás e seus anjos caíram antes que Adão caísse e são claramente os primeiros pecadores. Que Satanás era um pecador antes de Adão pode ser visto no fato de que ele estava pecaminosamente trabalhando no jardim do Éden, mentindo e enganando a mulher antes que ela e seu marido pecassem. Em Romanos 5:12, Paulo traça a entrada do pecado na raça humana, enquanto João nos leva de volta à origem do pecado.
Ele acrescenta: “Para isto o Filho de Deus Se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (v. 8b). O diabo tem trabalhado nos corações dos homens por intermédio da velha natureza do pecado, enchendo os homens de incredulidade e rebeldia. O Senhor veio para “desfazer” aquelas más obras no coração dos homens, dando vida eterna àqueles que creem n’Ele (Jo 10:10). E aqueles que creem podem viver uma vida sem pecado, acima da influência maligna do diabo, porque “Qualquer que é nascido de Deus não comete [não pratica – JND] pecado; porque a Sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus” (v. 9). Muitos crentes sinceros ficaram perturbados por este versículo. Não entendendo o estilo abstrato de escrita de João, concluíram que não eram nascidos de novo, como pensavam que eram, porque pecaram depois de receberem a Cristo. No entanto, este versículo não significa que um crente não pode pecar. A palavra de João no capítulo 2:1 seria inútil se fosse esse o caso. Ele indica que um crente pode pecar se não for cuidadoso. O ponto de João aqui é que a nova natureza em um crente, recebida em novo nascimento, não pode pecar. Isso significa que, se vivermos segundo os apetites e desejos de nossa nova natureza, não pecaremos. Assim, ele vê o crente como totalmente identificado com a nova natureza.
V. 10 – João então resume as características básicas das duas naturezas. Ele diz: “Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: qualquer que não pratica a justiça e não ama a seu irmão não é de Deus”. De uma perspectiva moral e espiritual, João traça duas sementes entre os homens: aqueles que são “filhos de Deus” (Jo 1:12-13) e os que são “filhos do diabo” (Mt 13:25; Jo 8:44; At 13:10). Estas são duas famílias distintas, cada uma com um caráter que tem uma semelhança moral com o pai. Uma é “de” Deus e a outra é “do” diabo. Tendo afirmado no versículo 7 que uma pessoa que habitualmente pratica a justiça mostra claramente que ela é justa, João conclui com o reverso aqui no versículo 10. Alguém que habitualmente “não pratica a justiça” manifesta que não é de Deus. Moralmente, ele tem a mesma natureza que o diabo e, nesse sentido, é um filho do diabo. Muitas desses podem não viver vidas escandalosamente perversas, mas eles não “praticam a justiça”, nem há “amor” divino nelas.

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