domingo, 20 de outubro de 2019

Amado do Pai


Amado do Pai
Cap. 3:1 – João faz uma pequena digressão para explicar onde os filhos de Deus adquirem o poder moral para praticar a justiça – isso é produzido pela contemplação do amor do Pai. Por isso, ele diz: “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos [as crianças – JND] de Deus” (ARF). (A KJV e as versões em português dizem “filhos”, mas deveria ser traduzido como “crianças”. A filiação, que é a linha distintiva de verdade apresentada por Paulo; não é o assunto aqui).
Em João 3:16, o apóstolo se concentra na medida do amor de Deus aos perdidos; aqui em 1 João 3:1, ele se concentra sobre a maneira do amor do Pai para com Seus filhos. Somos os objetos do Seu amor! Ele quer que não apenas conheçamos esse fato maravilhoso, mas que vivamos no gozo dele. Viver no sentido consciente de que somos amados perfeita e eternamente pelo Pai é uma forte motivação para praticarmos a justiça. De fato, Ele nos ama tanto quanto ama Seu próprio Filho! (Jo 17:23)

Tão querido, muito querido a Deus,
Eu não posso ser mais querido;
O amor com o qual Ele ama o Filho
Tal é o Seu amor para comigo!
                                                           Hinário The Little Flock nº 27 - Apêndice

Ter essa ligação com o Pai e o Filho por meio da posse da vida eterna nos desconecta moralmente do mundo – pois os dois são diametralmente opostos (cap. 2:15-16). O mundo não conheceu a Cristo quando esteve aqui (Jo 1:10); os homens eram tão cegos que achavam que Ele tinha um demônio! (Jo 8:48) E o mundo também não conhece os filhos de Deus. João enfatiza isso, afirmando: “Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a Ele”. Isso significa que não podemos esperar que as pessoas deste mundo entendam nossas fontes interiores e motivos para viver para Cristo e praticar a justiça. Ser guiado e controlado pelas realidades celestiais invisíveis que capturaram as afeições de nosso coração é um completo mistério para o homem do mundo. Todas essas realidades estão ocultas para ele, pois a fonte da nossa vida está “escondida com Cristo em Deus” (Cl 3:3).
V. 2 – João acrescenta: “Amados, agora somos filhos [crianças JND] de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é O veremos”. Assim, nosso relacionamento com Deus como Seus “filhos” não é algo pelo qual estamos esperando – nós já o temos “agora”. Fisicamente, não parecemos nada diferentes das pessoas deste mundo porque ainda estamos em nossos corpos de “humilhação”, que mostram os sinais de envelhecimento, doença, dor, tristeza etc., como todos os da raça humana (Fp 3:21). Mas quando Cristo aparecer do céu para julgar este mundo em justiça (Sl 96:13; At 17:31), viremos com Ele (Zc 14:5; 1 Ts 3:13, 4:14; Jd 14; Ap. 19:14), e seremos “semelhantes a Ele” em glória (Fp 3:21; Cl 3:4; 2 Ts 1:10). O mundo saberá então que somos filhos de Deus e que somos amados pelo Pai! (Jo 17:23)
João diz que nossa certeza desta realidade está no fato de que nós “O veremos como Ele é” (TB). Isso ocorrerá no Arrebatamento, uns sete anos antes da Aparição de Cristo. Nota: ele não diz que vamos vê-Lo como Ele era, mas como Ele é. Assim, vamos ver a Ele como um Homem glorificado e, nesse momento, seremos transformados instantaneamente à Sua semelhança em glória! O apóstolo Paulo disse: “Assim como trouxemos a imagem do terreno, também traremos a imagem do celestial” (1 Co 15:49). Essa transformação maravilhosa acontecerá “num momento, num abrir e fechar [num piscar – JND] de olhos, ao som da última trombeta” (1 Co 15:52 – TB; 1 Ts 4:16). Que momento será esse!
V. 3 – João continua falando do efeito prático que essa esperança (de ver a Cristo como Ele é) tem sobre os filhos de Deus. Ele diz: “E qualquer que n’Ele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro”. Assim, saber que em breve vamos ser feitos como Cristo (moral e fisicamente) produz um exercício em nós para ser moralmente como Ele agora, enquanto esperamos Sua vinda. Todo verdadeiro crente que tem essa esperança diante d’Ele “purifica-se a si mesmo”, removendo coisas de sua vida que são inconsistentes com a santidade de Deus (2 Co 7:1; 1 Pe 1:15-16). O padrão ao qual nos dirigimos nesta purificação prática de nossa vida é a própria pureza de Cristo – “como também Ele é puro”. Ele “não conheceu pecado” (2 Co 5:21), Ele “não cometeu pecado [não pecou – JND] (1 Pe 2:22), e “n’Ele não há pecado” (1 Jo 3:5). Nota: João não diz que nos purificamos como Cristo Se purificou, porque Cristo nunca precisou de purificação – Ele é puro e não poderia ser mais puro! Portanto, essa esperança, se entendida corretamente, tem um efeito santificador no crente.

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