A Saudação
Vs. 1-2 – Judas se
apresenta como “Judas, servo [escravo
– JND] de Jesus Cristo e irmão de Tiago”.
Nem ele nem seu irmão faziam parte do grupo apostólico que seguia o Senhor nos
dias de Seu ministério terrestre. Eles eram meios-irmãos do Senhor (Mt 13:55),
mas eram incrédulos naqueles dias (Mc 3:21; Jo 7:5). Tiago foi convertido no
tempo em que o Senhor ressuscitou dos mortos (1 Co 15:7) e Judas provavelmente
foi convertido em torno desse tempo também. Quando o Senhor terminou Suas aparições
depois de ressuscitado, todos os Seus irmãos eram crentes e estavam entre os
santos no cenáculo em Jerusalém esperando pela vinda do Espírito Santo (At
1:14).
“Tiago”,
a quem Judas se refere aqui, não é Tiago, filho de Zebedeu (Mt 4:21); ele foi
morto por Herodes bem cedo na história da Igreja (At 12:1-2). Nem ele é o filho
de Alfeu (Mt 10:3), que também é chamado
de Tiago o menor (Mc 15:40). Esse Tiago tornou-se líder na assembleia em
Jerusalém (At 12:17, 15:13, 21:18; Gl 1:19). “Judas” não é o Judas que
supostamente foi enviado pelo Senhor com Judas Iscariotes (Lc 6:16). Nem Judas,
nem Tiago eram apóstolos. (Veja W. Kelly, Lectures on the Epistle of Jude,
págs. 10-11.) Podemos nos perguntar por que Judas não teria se apresentado como
sendo o irmão do Senhor. Ele absteve-se de fazer isso porque estava agindo de
acordo com o princípio Cristão: “Assim que, daqui por diante, a ninguém
conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo
segundo a carne, contudo, agora, já O não conhecemos desse modo” (2 Co
5:16). Além disso, apresentar-se como o irmão do Senhor poderia ter parecido
orgulhoso e estar buscando honra para si mesmo.
Aqueles a quem Judas
escreve são os “chamados” – os que foram chamados e salvos pelo
evangelho. Eles são um remanescente de verdadeiros crentes em meio à massa de
pessoas meramente professas. Ele os vê de um modo duplo: “amados em Deus Pai”
(ARA)
e “guardados em Jesus Cristo” (ARA).
(A palavra “queridos” na ARC deve ser “amados”). Sabendo que esta
é uma verdade reconfortante para dar descanso em tempos de abandono. Os
verdadeiros santos de Deus são os objetos especiais do Seu amor, e apesar do
movimento de apostasia ganhar força na Cristandade, todos eles serão
preservados até o fim. Estamos eternamente seguros e, portanto, preservados por
aqu’Ele que nos chamou e salvou. Judas termina sua epístola com esse mesmo
pensamento oportuno no versículo 24. Isso não significa que os verdadeiros
crentes não possam ser afetados pela apostasia. Enquanto um verdadeiro crente
não se apostata da fé, ele pode ser influenciado pela corrente da apostasia e
começar a desistir de certos princípios e práticas que uma vez sustentou. O
único remédio para isso é se manter perto do Senhor (Dt 33:12).
V. 2 – Judas acrescenta:
“Misericórdia, paz e amor, vos sejam multiplicados” (AIBB). Esse é o suprimento de graça
de Deus para nos ajudar a prosseguir no caminho Cristão. Portanto, uma provisão
abundante foi feita para os santos nestes últimos tempos.