segunda-feira, 12 de agosto de 2019

“Conhecer” e “Conhecido”


“Conhecer” e “Conhecido”

Outra coisa que marca essa epístola é o uso frequente das palavras “conhecer” e “conhecido”. Elas ocorrem cerca de 40 vezes. Ele enfatiza essas palavras para contrabalançar as alegações dos falsos mestres de ter conhecimento superior ao dos apóstolos. Usando estas palavras ele acentua o que sabemos por meio das revelações da verdade que nos foi dada por meio dos apóstolos e do que nos foi assegurado por meio da comunhão com o Pai e o Filho.
Existem duas palavras principais no texto grego que são traduzidas como “conhecer”“ginosko” e “oida”. João usa ambas em suas epístolas, e é instrutivo entender quando e como ele o faz, como veremos a seguir no capítulo 5 (Somos gratos pelas notas de rodapé da Tradução J. N. Darby que indicam qual palavra é usada em uma passagem em particular. Veja sua longa nota[1] sobre o uso dessas palavras em 1 Co 8:1). “Ginosko” se refere ao conhecimento objetivo derivado de fatos sobre algo ou alguém; “Oida” é um conhecimento consciente interno de algo ou alguém adquirido por meio de um relacionamento íntimo e pessoal e de uma comunhão. As duas palavras são usadas pelo Senhor em João 8:55 e servem para ilustrar a diferença entre elas. Em relação ao conhecimento do Pai, Ele disse aos fariseus incrédulos: “Vós não O conheceis (ginosko); mas Eu conheço-O (oida). Assim, os fariseus não tinham entendimento de Deus Pai, mas o Senhor vivia em comunhão pessoal e íntima com Ele e, portanto, tinha um conhecimento profundo e pleno do Pai.


[1] N. do T.: Nota de Rodapé “a” em 1 Coríntios 8:1 da tradução de JND: “Duas palavras gregas são usadas para ‘conhecer’ no Novo Testamento – ‘ginosko’ e ‘oida’. Ginosko significa conhecimento objetivo, aquilo que um homem aprendeu ou adquiriu. A expressão ‘estar familiarizado com’ talvez transmita o significado. Oida transmite o pensamento daquilo que é interior, a consciência interior da mente, conhecimento intuitivo não diretamente derivado do que é externo.
A diferença entre as duas palavras é ilustrada em João 8:55: “E vós não O conheceis (ginosko), mas Eu conheço-O (oida); em João 13:7: “O que Eu faço não o sabes (oida) tu agora, mas tu o saberás (ginosko) depois”; e em Hebreus 8:11: “E não ensinará ... dizendo: conhece (ginosko) o Senhor; porque todos Me conhecerão (oida).
A palavra oida é usada em relação a Cristo como conhecendo o Pai e como conhecendo a hipocrisia dos escribas e fariseus, e em relação ao conhecimento de Paulo de “um homem em Cristo” e ao conhecimento do Cristão de que tem a vida eterna+. “porque eu sei em Quem tenho crido” 2 Tm 1:12 – Eu tenho o conhecimento consciente interno de Quem a Pessoa é: veja também 1 Coríntios. 16:15; 2 Tim. 3:14 e 15 – todas elas se referem ao conhecimento consciente interno.
A diferença entre o significado das duas palavras é muitas vezes tênue e um conhecimento objetivo pode se tornar um conhecimento consciente, mas não o contrário.
A palavra grega para consciência é derivada de oida: ver 1 Co 4:4 – ARA: “Porque de nada me argui [culpa] a consciência”, isto é, não consciente de qualquer falha. Na passagem atual, “sabemos que o ídolo nada é” é um conhecimento consciente: “sabemos que todos temos ciência [conhecimento] e “a ciência [o conhecimento] incha” é conhecimento objetivo. “se alguém cuida saber (conhecimento consciente) alguma coisa, ainda não sabe (objetivamente) como convém saber (objetivamente). “Esse é conhecido (objetivamente) d’Ele”, e assim “conhecimento” em 1 Co 8:10”.

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