domingo, 20 de outubro de 2019

ENVOLVIDOS EM SERVIÇO (vs. 22-23)


ENVOLVIDOS EM SERVIÇO (vs. 22-23)

Por último, devemos nos envolver em serviço ativo para o Senhor, alcançando aqueles que estão confusos e enredados nos erros da Cristandade. Judas diz: “E a alguns convença quando contendendo. A outros salve, tirando-os para fora do fogo. E de outros se compadeça com temor, odiando até a vestimenta manchada com a carne” (tradução de W. Kelly). O Sr. Kelly comentou: “Nossa versão – a chamada Autorizada [KJV[1]] – analisa apenas dois casos. ‘E de alguns tenhas compaixão, fazendo uma diferença’ – isso é uma classe; ‘e outros salvai com temor, puxando-os para fora do fogo; odiando até a vestimenta manchada pela carne’ – esta é a segunda classe. Ora creio que existem três classes, e não apenas duas” (Lectures on the Epistles of Jude, pág. 152).
As palavras de Judas aqui mostram que estender a mão para ajudar as pessoas requer discernimento, pois nem todos os casos são iguais. Em tempos de abandono da verdade, devemos distinguir entre os líderes e os liderados. Alguns são mestres obstinados e cabeças-duras; outros são meros seguidores que foram induzidos, pelos mestres errôneos, a tropeçar (Rm 16:17-18). Note também que há uma ordem moral nesta passagem. Só depois de Judas ter falado de ser edificado sobre a santíssima fé, orando no Espírito Santo, desfrutando do amor de Deus por meio da comunhão, e tendo a iminência da vinda do Senhor diante de nossas almas, que ele nos encoraja a estender a mão para ajudar os outros. Nossa eficácia em servir ao Senhor será grandemente prejudicada se essas outras coisas não estiverem no lugar apropriado em nossas vidas.
A primeira classe de pessoas são os líderes entrincheirados em suas doutrinas malignas. Não devemos tentar salvá-los, pois eles são apóstatas que não podem ser levados ao arrependimento e recuperados (Hb 6:4-6). Pelo contrário, devemos ‘convencê-los’ com a verdade. (Esta é a mesma palavra usada no versículo 15, tendo a ver com uma pessoa condenada sendo envergonhada, para que sua culpa seja evidente para todos). O Sr. Kelly apontou que a frase “fazendo uma diferença” (KJV) no versículo 22, deve ser traduzida “quando contendendo”. É claro que esses homens não querem a verdade; eles querem contender. A palavra usada no versículo 9, em conexão com o diabo, contendendo com Miguel o arcanjo, é a mesma palavra usada aqui. Portanto, esses adversários da verdade estão fazendo o trabalho de seu mestre!
A segunda classe de pessoas pode ser salva “tirando-as para fora do fogo”. Essas não são os enganadores, mas sim enganadas pelos enganadores. Elas foram enlaçadas inconscientemente nas más doutrinas e precisam ser libertadas dessas falsas noções. Sendo edificados sobre a santíssima fé e instruídos na verdade, como Judas impõe, devemos ser capazes de guiar essas pessoas para fora dessas doutrinas errôneas, se suas vontades não estiverem em ação. Nota: é “tirá-los”, não “empurrá-los” para fora da confusão espiritual e desordem que eles se meteram. Empurrando implica entrar na vala com eles, mas fazendo isso, podemos nos enredar no mal. Não, antes, devemos ficar separados da corrupção, permanecendo em terra firme e retirá-los. A salvação da qual Judas fala aqui não é a salvação eterna da alma; isso é algo que somente o Senhor pode fazer por meio de fé em Sua obra na cruz. Esta é uma salvação prática dos erros doutrinários na Cristandade (1 Tm 4:16).
A terceira classe são aquelas pessoas de quem Judas diz: “E de outros se compadeça” (tenha “compaixão”). Essas são pessoas que se tornaram tão corrompidas moral e espiritualmente que, ao alcançá-las, precisamos ser mais cuidadosos para não nos deixarmos contaminar pelas circunstâncias em que as encontramos. Por isso, Judas acrescenta: “Odiando até a vestimenta manchada com a carne” (JND). Uma “vestimenta” é algo que envolve uma pessoa quando está vestida dela e é usada figurativamente na Escritura para indicar as circunstâncias em que ela vive (Lv 13:47-59; Mc 10:50, etc.). Devemos odiar suas vestes porque suas circunstâncias são contaminantes. Assim, devemos amar a pessoa, mas odiar seus pecados – e esse ódio deve ser mantido em todos os momentos. Estando conscientes das situações contaminantes em que essas pessoas estão, devemos trabalhar com “temor” de nos tornarmos impuros por tal contato e, portanto, devemos proceder com cautela. Não é uma questão de tolerar o mal em que eles estão, mas estar ciente disso, e permanecer moralmente separado dele, enquanto procuramos libertá-los.




[1]  N. do T.: As versões em português também consideram apenas duas classes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Uma Publicação VERDADES VIVAS

O Livro impresso está  disponível  ➪   AQUI   O Livro eletrônico está disponível  ➪   AQUI Caso queria compartilhar este livro, segue o...