O Testemunho da Epístola Divinamente Inspirada de João
Cap. 5:13 – João
apresenta outro testemunho da realidade da obra de Deus em nossas almas, pelo
qual sabemos que temos a vida eterna – que ele havia escrito sob inspiração
divina. Ele diz: “Estas coisas vos tenho escrito, para que saibais que vós,
os que credes no nome do Filho de Deus, tendes a vida eterna” (tradução de
W. Kelly). Nos mais claros termos, ele afirma porque escreveu a epístola; foi
para que os santos tivessem um documento escrito, inspirado por Deus, ao qual
eles poderiam recorrer e ter a certeza de possuir a vida eterna. Este é um testemunho
ainda maior do que aquele que Deus opera em nossos corações subjetivamente,
pois a Palavra de Deus, divinamente inspirada, é maior do que os sentimentos e
experiências pessoais, mesmo que esses sentimentos e experiências tenham sido
produzidos pelo próprio Deus.
A Palavra de Deus dá ao
crente um sólido fundamento sobre o qual pode repousar em fé. O que Deus
escreveu pelo Espírito em Sua Palavra pode ser confiado incontestavelmente
porque é impossível que Deus minta (Tt 1:2; Hb 6:18). O escritor da epístola
aos Hebreus chama isso de o “testemunho para nós” do Espírito (Hb
10:15-17 – KJV). Ele cita Jeremias 31:33-34 para mostrar que quando Deus leva
as pessoas à bênção, Ele põe de lado os pecados e as iniquidades deles, e disso
não irá mais Se lembrar. O que o Espírito escreveu sobre os pecados do crente
pode ser consultado onde quer que uma Bíblia seja encontrada. Quando aberta, e
passagens sobre a salvação e a segurança do crente são lidas, recebemos o
testemunho do Espírito para nós a respeito de nosso relacionamento eterno em
Cristo. Tudo o que temos a fazer é crer no testemunho! Isso o verdadeiro filho
de Deus fará, pois ele não apenas crê em Deus, mas crê em Sua Palavra. Isso é
ilustrado em Abraão; ele “creu em Deus” e isso lhe foi considerado como
justiça (Rm 4:3). Assim, temos na Palavra infalível de Deus a maior prova de
todas, pois no Salmo 138:2 se lê: “porque tens magnificado a Tua Palavra
acima de todo o Teu Nome”
(KJV).
Neste ponto, João usa
uma palavra diferente para “conhecer” daquela que ele usou no capítulo
4. Ele estava usando “ginosko” (caps. 4:2, 6 [duas vezes], 7, 8, 13, 16,
5:2), que é conhecimento objetivo derivado de fatos sobre alguém ou algo. Mas
agora ele muda para “oida” (cap. 5:13, 15 [duas vezes], 18, 19, 20a).
Esta palavra (também traduzida como “saber”) refere-se a um conhecimento
consciente interno de algo ou alguém que é adquirido por meio de um
relacionamento íntimo e pessoal e de uma comunhão. Usar “oida” como João
faz aqui indica que ele queria que eles conhecessem a verdade dessas coisas não
apenas pelo que ele havia escrito, mas por experiência pessoal com o Senhor.
Novamente, se um crente
fosse desafiado a respeito de como ele sabe que ele tem vida eterna, ele
poderia apontar várias passagens da Escritura que declaram enfaticamente que
ele realmente tem vida de Deus e salvação em Cristo (Jo 3:14-16, 36, etc.).