O
Amor de Deus Conosco
Vs. 17-21 – A terceira
característica do amor divino em que João se concentra é o seu poder de dar ao
crente paz e confiança em relação ao julgamento de seus pecados. Isso tem a ver
com o amor de Deus conosco. Ele diz: “Nisto é aperfeiçoado em
nós o amor, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual Ele é,
somos também nós neste mundo” (v. 17 – AIBB). Quando olhamos adiante para o
tribunal de Cristo (o “dia do juízo”),
temos perfeita paz e ousadia em relação a nossos pecados. Como vimos nos
versículos 9-10, o amor divino se comprometeu a resolver essa questão em
justiça de uma vez por todas na morte expiatória de Cristo. O Espírito, recebido
ao crer no evangelho de nossa salvação (Ef 1:13), nos tornou conscientes de
nossa segurança eterna n’Ele (Jo 10:27-28). Assim, não temos que esperar por
aquele dia para conhecer esta verdade abençoada “porque, qual Ele é, somos nós
também neste mundo”. Isto é,
como Cristo Se assenta aceito no céu com todo o favor de Deus repousando sobre
Ele, “somos nós também” aceitos da mesma forma, embora ainda estejamos
aqui “neste mundo”. Isto porque Sua aceitação é a medida
da nossa aceitação e somos “agradáveis [aceitos – JND] a Si no Amado”! (Ef 1:6) A versão
King James diz “nosso” amor se aperfeiçoa nisso, mas essa palavra não
deveria estar no texto. João não está falando do nosso amor, mas do amor de
Deus sendo aperfeiçoado em nós. Desfrutando do Seu amor, podemos olhar para o
futuro com a máxima confiança, sabendo que, como Ele está além do juízo, nós
também estamos!
V. 18 – João explica
como é isso, dizendo: “No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora
o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no
amor” (AIBB). Vivendo no desfrute do amor de Deus, o crente não pode ter
medo, pois o amor que enche seu coração desloca todo o medo e a dúvida; o amor
e o medo não podem existir ao mesmo tempo.
V. 19 – Tendo apresentado
algumas das grandes qualidades e características do amor divino, João nos traz
de volta ao seu começo. Ele diz: “Nós amamos porque Ele nos amou primeiro”
(v. 19). Deus é a fonte do amor; é a atividade da Sua natureza. Seu amor gerou
amor em nós, pois, como vimos, o amor divino se deleita em se reproduzir em
seus objetos. Como resultado, amamos os outros com esse mesmo amor. (A KJV e a
ARC traduzem: “Nós O amamos...”.
Mas deveria simplesmente ler: “Nós amamos ...” [ARA]. É verdade que O amamos, mas a manifestação do
amor divino em nós é mais ampla do que isso; também emana de nós para os
outros). Assim, o amor divino se expressará em amor genuíno para com os outros.
Eu não amo meu irmão por causa do que ele é, mas por causa do que eu sou. Ele
pode ter alguns traços carnais que não são dignos de amor, naturalmente falando,
mas porque eu tenho a natureza divina que ama com o amor ágape, eu o amo
imerecida e incondicionalmente.