CRESCIMENTO NA FAMÍLIA DE DEUS
Um parêntese
Capítulo 2:12-28
Neste ponto da
epístola, João abandona o exame das características da natureza de Deus sendo
replicadas em Seus filhos para falar de vários estágios de crescimento na
família de Deus. Ele parece antecipar alguém perguntando: “Por que alguns filhos
carregam as características da natureza divina distintamente e outros não?” Em
um longo parêntese (vs. 12-28), João mostra que todos os filhos estão em
diferentes estágios de crescimento. Aqueles novos na fé (recentemente salvos)
ainda terão algumas das marcas do mundo em seus caminhos e maneiras, e isso
tende a obscurecer as características da natureza divina neles. Isso não
significa que eles não sejam realmente crentes, mas que eles carecem de
desenvolvimento moral devido à sua infância espiritual. Moisés é uma figura
disso. Quando ele se levantou em fé e abandonou o Egito (um tipo do mundo), ele
veio para o deserto, onde ele foi confundido ao se parecer com um egípcio (Êx 2:19;
Hb 11:24-27). Ele era um verdadeiro filho de Deus, mas havia algo no modo como
ele se vestia e agia que levava aqueles que o viam a pensar que ele era um
egípcio.
Os versículos 12 e 28
funcionam como suportes para este parêntese. O versículo 12 aborda o fato de
que aqueles a quem João está prestes a se dirigir são verdadeiramente filhos de
Deus – provados pelo fato de que seus pecados são perdoados, uma bênção comum
de todos na família. O versículo 28 confirma que eles são filhos e é uma
exortação a permanecer n’Ele tendo em vista a Sua vinda. Em ambos os versículos,
a palavra “filhinhos” (na KJV) não deveria estar no texto. João está se
dirigindo à família toda de Deus, não apenas àqueles jovens na fé. João usa a
palavra “filhos” (JND)
nesses dois versículos como um termo de afeto, não para indicar a infância
espiritual.
V. 12 – Ele diz: “Eu
vos escrevo, filhos, porque vossos pecados estão perdoados por causa do Seu
nome” (JND). O perdão dos pecados é uma bênção Cristã que temos em Cristo (At
5:31, 10:43, 13:38, 26:18; Ef 1:7, 4:32, etc.). Refere-se ao julgamento de
nossos pecados sendo eternamente removidos por meio da fé na obra consumada de
Cristo na cruz. Como resultado, temos um conhecimento consciente de que nossos
pecados se foram diante dos olhos de Deus porque nossas consciências foram purificadas
de culpa (Hb 9:14, 10:2, 22). Os santos do Velho Testamento não tinham essa
bênção. Por intermédio da paciência de Deus, seus pecados foram expiados pela
obra de Cristo na cruz (Rm 3:25), mas eles não tinham conhecimento disso enquanto
estavam vivos, porque Cristo ainda não tinha vindo para aniquilar o pecado pelo
sacrifício de Si mesmo (Hb 9:26). Como resultado, eles viveram com um grau de
incerteza quanto ao julgamento de seus pecados (Sl 25:7, etc.). O único tipo de
perdão que eles conheciam era o perdão governamental (Lv 4, etc.).