Confiança na Oração
Vs. 19-22 – João
acrescenta: “E nisto conhecemos que somos da verdade e diante d’Ele
asseguraremos nosso coração; sabendo
que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração e
conhece todas as coisas. Amados, se o nosso coração nos não condena, temos
confiança [ousadia
– JND] para com Deus; e qualquer
coisa que Lhe pedirmos, d’Ele a receberemos, porque guardamos os Seus
mandamentos e fazemos o que é agradável à Sua vista”. Falando
estritamente dos crentes aqui, ele mostra que por ter genuíno amor por nossos
irmãos, temos uma confirmação pessoal em nossas almas de que somos “da verdade”.
E, sendo assim, temos confiança na presença de Deus para fazer pedidos ousados
em oração. A certeza de que João fala daqui não é a garantia da salvação eterna
de nossa alma, mas a certeza de ter nossos pedidos de oração concedidos.
Ele acrescenta uma
condição importante que não deve ser menosprezada – “se o nosso coração nos não
condena”. Isso mostra que quando nos aproximamos de Deus em oração,
precisamos ter uma boa consciência. Isto é alcançado por nos julgarmos e
confessarmos os nossos pecados (1 Co 11:31; 1 Jo 1:9). Se tivermos alguma coisa
em nossa consciência que não tenhamos confessado, nosso coração nos condenará e
não teremos essa confiança. Assumindo que nos julgamos, que é o estado Cristão
normal, temos a certeza de que qualquer coisa que pedimos “d’Ele a receberemos”.
Este é o resultado de andar em comunhão com Ele como algo habitual. Os desejos
de nosso coração são formados por Sua influência abençoada e pelo desfrute das
coisas que Ele desfruta (Sl 36:8), e assim, nossos pedidos são apenas para
aquelas coisas que contribuem para a realização daqueles desejos divinos.
Vivendo em Sua presença, Ele coloca em nossos corações as coisas que Ele está
prestes a fazer, e pedimos por essas coisas, e elas são concedidas. Recebemos “qualquer
coisa que Lhe pedirmos” porque pedimos segundo a vontade de Deus (cap. 5:14-15).
Nossa confiança em Sua presença é um resultado de nossa obediência – nós “guardamos
os Seus mandamentos” e “fazemos o que é agradável à Sua vista”. Cristo, como um Homem dependente na Terra,
é um exemplo vivo disso. Ele sempre fez aquelas coisas que agradaram a Seu Pai
(Jo 8:29), e Ele sempre orou em harmonia com a vontade de Deus, e Ele foi “ouvido
por causa de Sua piedade” (Hb 5:7 – ARA).
V. 23 – João falou dos
mandamentos do Senhor (plural), agora ele fala do “mandamento” de Deus
(singular). É “que creiamos no nome de Seu Filho Jesus Cristo e nos amemos
uns aos outros, segundo o Seu mandamento”. Vemos aqui dois elementos
essenciais da nova natureza – fé e amor. Essas coisas serão vistas em todo
crente, embora às vezes apenas fracamente. Aquele que não é um verdadeiro filho
de Deus não manifestará essas coisas.