Comentários finais
Cap. 5:18-21 – João
conclui, reiterando algumas das grandes verdades que ele tocou na epístola.
Resumindo as coisas, ele menciona três itens em particular – cada um
começando com a palavra “sabemos” (“oida”):
Em primeiro
lugar, “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o
que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (v.
18). Aprendemos com isso que, embora haja muitos mestres anticristãos
trabalhando, semeando suas sementes malignas nos homens, eles não podem
frustrar a obra de Deus nas almas. Aqueles em quem Deus operou nasceram de Deus
e, assim, eles têm uma nova vida e natureza que não pode pecar (cap. 3:9).
Vivendo no bem daquela vida, em comunhão com o Pai e o Filho (a essência da
vida eterna – Jo 17:3), não é possível que o maligno influencie o crente,
porque a nova vida não responderá às suas investidas malignas. Assim,
independentemente de quão tenebrosos esses últimos dias possam ficar e quão espiritualmente
perigosos possam ser os tempos, os Cristãos ainda são capazes de viver vidas
piedosas para a glória de Deus. Portanto, não temos desculpa para não prosseguirmos
bem para com o Senhor.
Em segundo
lugar, João diz: “Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro
jaz no maligno” (v. 19). Usando as provas e contraprovas que João deu na
epístola, somos capazes de identificar aqueles que são verdadeiros crentes e
aqueles que são falsos. Não apenas “sabemos que somos de Deus”, mas
também conhecemos aqueles que são do mundo e estão sob o poder do “maligno”.
Isso nos proporciona um claro entendimento de com quem devemos caminhar (2 Tm
2:22) e quem devemos evitar (2 Tm 3:1-5).
Em terceiro
lugar, para ter certeza de não deixá-los hesitantes sobre a verdade da Pessoa
de Cristo (que estava sob ataque dos falsos mestres – caps. 2:22-23, 4:1-3),
João declara: “Sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos deu um
entendimento, para que possamos conhecer aqu’Ele que é verdadeiro, e nós
estamos n’Ele que é verdadeiro, mesmo em Seu Filho Jesus Cristo. Ele é o
verdadeiro Deus e a vida eterna” (v. 20 – Tradução de W. Kelly). Ao dizer
isso, João nos trouxe de volta ao ponto em que ele começou a epístola – a
encarnação de Cristo. Com a vinda de Cristo, houve uma revelação completa do
Pai e o Filho. João chama isto de um “entendimento”.
Como resultado, por fé somos capazes de ter um relacionamento vivo com “Aqu’Ele
que é verdadeiro” (AIBB).
João então afirma enfaticamente que o Filho de Deus, “Jesus Cristo” é “o
verdadeiro Deus e a vida eterna”. Isto confirma Sua divindade e o fato de
que Ele é a personificação da Vida Eterna.
Vs. 21 — João termina a
epístola de uma maneira bastante incomum. Ele não faz saudações finais, nem há
qualquer menção à graça de Deus sendo desejada aos santos, como Paulo e Pedro
fazem em suas epístolas. (“Amém” não deveria estar no final do texto.)
Em vez disso, ele faz uma exortação de advertência: “Crianças, guardai-vos
dos ídolos” (JND). João não
está se referindo a objetos literais de veneração que os pagãos fazem de
madeira e pedra, etc., mas ao princípio da idolatria. Um ídolo, em princípio, é
qualquer coisa que capture as afeições de nossos corações e desloque Cristo de Seu
lugar de direito ali. Pode ser um hobby, uma recreação, um esporte, uma busca
nos negócios, etc. Seja qual for o interesse, se consumir nossa atenção, nosso
tempo e nossa energia – é um ídolo. Um traço característico da idolatria é que
aquele que está comprometido torna-se cego a ela (Sl 115:4-8). Ela rouba nossos
corações, e não percebemos isso! Vamos, portanto, prestar atenção ao aviso de
João.